Almeida Garrett pode definir-se como o escritor que
representa um tempo que é sobretudo de transição, entre um Neoclassicismo com
marcas visíveis do pensamento iluminista e um Romantismo que Garrett tratou de
difundir entre nós.
Tal como acontece com outros escritores da nossa Literatura
(Camões e Bocage, por exemplo), Garrett constitui uma personalidade já de si
com uma dimensão verdadeiramente literária, no sentido em que é dotado de uma
contextura psicológica peculiar.
Garrett convida a uma espécie de fusão entre a representação
literária de temas e atitudes românticas e a vivência, no quotidiano, desses
temas e atitudes – ainda que eventualmente seja difícil distinguir o que nela
existe de autêntico do que é encenado.
O carácter multiforme da psicologia garrettiana muito tem que
ver com uma vida literária que se desenrola sob o signo da mudança: o
Neoclassicismo ao Romantismo, Garrett experimente soluções experimenta soluções
estéticas inovadoras, sem nunca postergar por inteiro, é bom notar, a lição
neoclássica que fora da sua formação.
O Garrett romântico manifesta-se seduzido pelos valores do
Romantismo, o jovem poeta exilado fixa no prólogo do Camões princípios que regem uma criação literária dominada por
procedimentos tipicamente românticos: a altiva consciência da inovação, a
rejeição das regras, o primado do sentimento, o culto da independência, nos
planos estéticos e político.
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