domingo, 6 de dezembro de 2015

Cantigas de Escárnio e Maldizer + Análise de uma cantiga

As cantigas de escárnio e de maldizer constituem a primeira experiência portuguesa na sátira. Elas também são alguns dos mais importantes registros históricos da sociedade medieval portuguesa, criticando os costumes de diferentes representantes da época.

Na cantiga de escárnio, os trovadores fazem críticas de forma indireta e velada, através de trocadilhos, da ambiguidade e da ironia.


Já nas cantigas de maldizer, o poeta faz uma crítica direta, identificando o destinatário e ofendendo-o explicitamente.

Cantiga de Escárnio 

Ai dona fea, fostes-vos queixar
que vos nunca louv'en[o] meu cantar;
mais ora quero fazer um cantar
em que vos loarei todavia;
e vedes como vos quero loar:
dona fea, velha e sandia!

Dona fea, se Deus mi perdom,
pois havedes [a]tam gram coraçom
que vos eu loe, em esta razom
vos quero já loar todavia;
e vedes qual será a loaçom:
dona fea, velha e sandia!

Dona fea, nunca vos eu loei
em meu trobar, pero muito trobei;
mais ora já um bom cantar farei
em que vos loarei todavia;
e direi-vos como vos loarei:
dona fea, velha e sandia!

Análise Semântica
      
 Na cantiga de escárnio proposta para análise, o trovador critica uma «dona», que, segundo ele, se foi «queixar/que vos nunca louv’en [o] meu cantar». O trovador decide então «loar» esta «dona» como «fea, velha e sandia», verso que se repete no final de todas as estrofes (refrão), adquirindo um ritmo rápido, conferindo-lhe uma certa mordacidade e que reforça a crítica feita pelo sujeito de enunciação. Estas três características negativas atribuídas à «dona» possuem uma grande importância, na medida em que o número três é o símbolo da perfeição, da totalidade, sendo a «dona» o exemplo de perfeição nestas três categorias «fea, velha e sandia».
 Análise Formal 
No que diz respeito aos artifícios poéticos, para além do paralelismo semântico, de que são constituídas as três estrofes que compõem a cantiga, existe o mozdobre através do verbo «loar» («louv’en»; «loar»; «loarei»; «loaçon»; «loei») o que reforça o objectivo do trovador: louvar a «dona fea».
Relativamente à  sua estrutura formal, esta é uma cantiga de refrão, constituída por três estrofes de cinco versos (quintilhas) predominantemente decassilábicos «Ai/ do/na/ fe/a/ fos/tes/vos/ quei/xar/» e refrão monóstico octossilábico «do/na/ fe/a/ ve/lha e/ san/di/a». Quanto à rima, esta apresenta-se emparelhada em «queixar», «cantar» e «cantar» e cruzada em «via» e «sandia», de acordo com o seguinte esquema rimático: aaabab, que se repete ao longo das três estrofes. Em relação às classes de palavras, a rima é predominantemente pobre, como em «coraçon» e «razon».


9 comentários:

  1. deu uma ajuda desgraçada copiamos e acho que vamos ter boa nota no trabalho muito obrigado

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  2. O colega acima tem toda a razão somos do mesmo grupo de trabalho e vamos conseguir arrasar. ESPRODOURO TRB

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  3. a nossa stora disse que isso tava bom obg serio

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  4. quem e a gaja que ta na foto de baixo

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  5. udtgf5555555e5e5555555d5kvjldrjgvekkkkkkkkçoiw+4yo9849818gay8,fncfeklfjjlkufhihputasjhmaghfkjhcomer83749324986sexo723417423983217selvagem6213487462178com 1382714236rinoceronteskldjfjklrw
























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