O nosso
movimento romântico surgiu no contexto das lutas liberais que, a partir de
1820, constituíram o acontecimento que marcou definitivamente a nossa História
política e social do século XIX e o ponto de viragem para a modernidade.
O eco das
ideias da Revolução Francesa chegara já aos nossos pré-românticos, deixando
marcas na sua poesia, principalmente, na poesia e vivências da Marquesa de
Alorna e Bocage.
Posteriormente,
na sequencia das Invasões Francesas, de 1807-1810, as ideias liberais começaram
a difundir-se e a ganhar adeptos.
Em 1820,
deu-se uma revolta militar no Porto, revolta de carácter liberal, que levou a
eleições para as Cortes no ano seguinte e que faz regressar o rei a Portugal.
Em 1822 é jurada em Lisboa a 1ª Constituição liberal. Nesse mesmo ano, o
herdeiro real, D. Pedro IV proclama a independência da colonia brasileira, de
que se tornou Imperador com o nome de Pedro I.
Em 1823,
eclode a Vila-Francada, movimento militar reacionário, liderado pelo Infante
D.Miguel, irmão de D.Pedro. D.Miguel,
vitorioso do golpe, suspende, então, a Constituição e encerra as Cortes. Em
1824, o mesmo D.Miguel lidera novo movimento reacionário, destinado a destituir
seu pai, D.João VI.
É altura de D.Pedro, herdeiro legítimo do trono de Portugal, renunciar ao seu título de Imperador do Brasil e vir para Portugal. Como esta era ainda menor, D.Miguel é designado regente, tendo jurado a Carta Constitucional, que o seu irmão outorgara. Pouco depois, porém, dissolveu as Cortes e fez-se nomear como rei absoluto; na sequência, novas perseguições aos liberais.
Inicia-se então uma Guerra Civil, opondo absolutistas, sob comando de D.Miguel e apoiados pela Igreja, e liberais, liderados por D.Pedro. A guerra prolonga-se por três anos, deixando profundas feridas entre os que a fizeram e a sofreram. Termina com a vitória liberal em 1834, o mesmo ano em que D.Pedro morre, subindo assim ao trono sua filha, com o nome de D.Maria II.
Não foi fácil, porém, o período que se seguiu, nomeadamente com as lutas políticas havidas entre os defensores da Carta Constitucional. No entanto, era já o final do Antigo Regime a vitória dos novos tempos, marcados pelo poder da burguesia liberal vitoriosa. Importantes medidas foram tomadas, como a abolição dos morgadios e dos direitos senhoriais, o confisco dos bens da Igreja e a extinção das ordens religiosas.
A partir de 1851, teve lugar um movimento militar anticabralista, liderado pelo Duque de Saldanha, e incentivado por algumas grandes personalidades liberais, como Alexandre Herculano, em cuja casa a revolução foi preparada. Fui justamente no contexto das lutas liberais e pela consolidação que se desenvolveu entre nós o Romantismo, que nascem em parte no exílio.
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