quarta-feira, 19 de abril de 2017

O Doido e a Morte

O Doido e a Morte  é sem sombra de dúvida  uma obra-prima do nosso teatro e do teatro de qualquer literatura pela agudeza da problemática existencial, pela conceção e pelo clima tenso de lirismo. Como farsa que é, apresenta-se em tons contrastantes de grande intensidade e distorção, ligando-se ao expressionismo e ainda pela expectativa inquietante e emocional com o teatro simbólico - até porque as personagens - apesar de alguns traços de realismo verosimilhante - são símbolos da inconsciência alienada e vulgar de viver.
Resultado de imagem para o doido e a morte capaA peça é concebida como uma onda alterosa do Cabedelo, levantada por vento súbito. Uma onda de tensão e de expectativa que atinge um máximo de altura e depois, bruscamente, se despenha num espraiar de alívio e paz, que se prolonga para além do final e para fora da cena. A peça evidentemente influenciada pela carnificina absurda e sem sentido da guerra 1914-1918 revelou-se premonitória relativamente à segunda que terminou em Hiroshima em 6 de agosto de 1945 com uma deflagração atómica. E não perdeu a atualidade dos dias de hoje, quando tantos governantes, em tantos países, assumem, sem a consciência trágica da existência, o papel executor do Doido. Num mundo gritante de injustiças, terrorismos, chacinas, de guerras e guerrilhas, crimes, sufocações e censuras, o nosso mundo, proliferam os loucos capazes de "fazer saltar o globo".

Resumo
 O Governador Civil, Baltazar Moscoso, dramaturgo frustrado, tenta escrever mais uma das suas peças. O contínuo Nunes avisa-o de que o Senhor Milhões o vem visitar com uma carta de recomendação do ministro. Ao ser recebido, o Senhor Milhões  liga a campainha elétrica da secretária a uma caixa que transporta consigo. Em seguida, o milionário comunica que acaba de ativar uma bomba, que rebentará daí a vinte minutos. Desesperado, o Governador Civil vê-se abandonado  por todos, inclusive pela sua mulher, D.Ana. Indiferente à aflição de Moscoso, o senhor Milhões

Estrutura interna
- A exposição da peça começa quando o Governador Civil está sentado á secretária, e diz para Nunes que não quer qualquer tipo de visita e declara que não está disposto a atender ninguém, até que aparece o Sr. Milhões. 
- Todo o conflito na peça de teatro tem origem quando o Sr. Milhões apresenta para o Governador Civil um aparente negócio ou projeto importante, até que o Governador Civil dá um pontapé na caixa e o Sr. Milhões refere que dentro da caixa está um negócio muito grave, foi então que revelou que estava uma bomba dentro da caixa.
 Assim que o Governador se apercebe do que está no interior da caixa entra em pânico, o senhor Governador começa por chamar Nunes para lhe dar auxilio, para lhe salvar, mas Nunes acaba por não aparecer. No entanto, o Governador começa por falar com o Sr. Milhões de maneira que se pudesse safar desta situação ao tentar demonstrar as consequências que o explosivo poderia ter, mas o Sr. Milhões acaba por não mudar de ideias.
 - O desenlace da peça ocorre quando se ouve um barulho no exterior. O Sr. Milhões faz retinir a campainha e o Governador Civil cai na cadeira com gestos desordenados, depois entram dois enfermeiro de casaco branco e resguardo e um deles acabo por destapar a caixa e, por fim, descobrem que era apenas algodão em rama.


Personagens 

Milhões

Governador Civil - Baltazar Moscoso

Aninhas - Mulher de Baltazar Moscoso

Nunes - Espécie de polícia-secretário-criado

Figurantes - Um ou dois enfermeiros

Caracterização das personagens

Milhões -

Governador Civil -

Aninhas -

Processos de cómico


  • Cómico de situação -(definição) nesta obra o cómico de situação aparece pela situação em que o Governador Civil se encontra. O Sr.Milhões afirma que tem uma bomba irá explodir dentro de 20 minutos, causando o pânico no Governador Civil, o que causa o riso no público. Outra situação onde se encontra este processo de cómico é quando entra Aninhas, a mulher do Governador Civil. Ao ver a situação onde o seu marido se encontra, decide abandoná-lo, referindo "Morrer queimada, não!". A atitude desta personagem causa o riso.
  • Cómico de linguagem -(definição) por exemplo, a última frase da obra é "Ai o grande filho da puta!" causando o riso. A utilização de palavras obscenas é uma das características do cómico de linguagem. 
  • Cómico de carácter -

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