sábado, 30 de abril de 2016

Vilancete + Análise

Este tipo de poema tem um mote - o início do poema que, na música, funciona como refrão - seguido de uma ou mais estrofes - as voltascoplas ou glosas - cada uma com 7 versos. A diferença entre o vilancete e a cantiga depende do número de versos no mote: se houver 2 ou 3 é um vilancete, se houver 4 ou mais é uma cantiga.Cada verso de um vilancete está normalmente dividido em cinco ou sete sílabas métricas ("medida velha").Se o último verso do mote se repetir no fim da estrofe, diz-se que o vilancete é perfeito.

Descalça vai para a fonte
Lianor pela verdura;
Vai fermosa, e não segura.

Leva na cabeça o pote,
O testo nas mãos de prata,
Cinta de fina escarlata,
Sainho de chamelote;
Traz a vasquinha de cote,
Mais branca que a neve pura.
Vai fermosa e não segura.

Descobre a touca a garganta,
Cabelos de ouro entrançado
Fita de cor de encarnado,
Tão linda que o mundo espanta.
Chove nela graça tanta,
Que dá graça à fermosura.
Vai fermosa e não segura.

Análise
Mote: descreve a acção geral realizada por Leonor, a sua amada.
Volta: o poeta anda em volta do assunto tratado no mote.
O poema que passaremos a analisar divide se em 2 partes:
Na volta o sujeito poético faz a descrição da figura feminina tratada no mote, descrevendo tanto a beleza física e psicológica da sua amada demonstrando assim o fascínio que ela exerce nele.
O sujeito poético apresenta Leonor fisicamente e psicologicamente pelo uso de expressões como:


"Formosa"- encontra-se no mote verso 3-uso do adjectivo “formosa” fazendo referência a sua beleza


"Mãos de prata"- encontra-se na volta, na primeira redondilha, verso 5 –é feita a caracterização das mãos de Leonor como sendo muito valiosas porque são mãos laboriosas.


"Cinta de fina e escarlata" - encontra-se na volta, na primeira redondilha, verso6 –faz referência á sua elegância.


"Traz a vasquinha de cote, mais branca que a neve pura" - encontra-se na volta, primeira redondilha, verso 8 e 9 –refere que o seu tom de pele branco, comparando-o a brancura da neve.


"Cabelos de ouro entrançado" - encontra-se na volta segunda redondinha, verso 12 –refere-se a cor loira do seu cabelo, comparando-o com o ouro. Aqui o sujeito poético diz que Leonor é tão bela que é como que se a sua beleza “chove-se” do céu derramada por Deus, sob a forma de bênção. Fazendo com que o conceito de beleza fosse enaltecido por Leonor


"Tão linda que o mundo espanta." - encontra-se na volta, segunda redondilha verso 14 –o sujeito poético elogia a beleza da sua amada.



"Chove nela graça tanta, que dá graça à fermosura" - Aqui o sujeito poético diz que Leonor é tão bela que é como que se a sua beleza “chovesse” do céu derramada por deus, sob a forma de bênção. Fazendo com que o conceito de beleza fosse enaltecido por Leonor

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