Este tipo de poema tem um mote - o início do poema que, na música, funciona como refrão - seguido de uma ou mais estrofes - as voltas, coplas ou glosas - cada uma com 7 versos. A diferença entre o vilancete e a cantiga depende do número de versos no mote: se houver 2 ou 3 é um vilancete, se houver 4 ou mais é uma cantiga.Cada verso de um vilancete está normalmente dividido em cinco ou sete sílabas métricas ("medida velha").Se o último verso do mote se repetir no fim da estrofe, diz-se que o vilancete é perfeito.
Descalça vai para a fonte Lianor pela verdura; Vai fermosa, e não segura. Leva na cabeça o pote, O testo nas mãos de prata, Cinta de fina escarlata, Sainho de chamelote; Traz a vasquinha de cote, Mais branca que a neve pura. Vai fermosa e não segura. Descobre a touca a garganta, Cabelos de ouro entrançado Fita de cor de encarnado, Tão linda que o mundo espanta. Chove nela graça tanta, Que dá graça à fermosura. Vai fermosa e não segura.
Análise
Mote: descreve a acção geral realizada por Leonor, a sua amada.
Volta: o poeta anda em volta do assunto tratado no mote.
O poema que passaremos a analisar divide se em 2 partes:
Na volta o sujeito poético faz a descrição da figura feminina tratada no mote, descrevendo tanto a beleza física e psicológica da sua amada demonstrando assim o fascínio que ela exerce nele.
O sujeito poético apresenta Leonor fisicamente e psicologicamente pelo uso de expressões como:
"Formosa"- encontra-se no mote verso 3-uso do adjectivo “formosa” fazendo referência a sua beleza
"Mãos de prata"- encontra-se na volta, na primeira redondilha, verso 5 –é feita a caracterização das mãos de Leonor como sendo muito valiosas porque são mãos laboriosas.
"Cinta de fina e escarlata" - encontra-se na volta, na primeira redondilha, verso6 –faz referência á sua elegância.
"Traz a vasquinha de cote, mais branca que a neve pura" - encontra-se na volta, primeira redondilha, verso 8 e 9 –refere que o seu tom de pele branco, comparando-o a brancura da neve.
"Cabelos de ouro entrançado" - encontra-se na volta segunda redondinha, verso 12 –refere-se a cor loira do seu cabelo, comparando-o com o ouro. Aqui o sujeito poético diz que Leonor é tão bela que é como que se a sua beleza “chove-se” do céu derramada por Deus, sob a forma de bênção. Fazendo com que o conceito de beleza fosse enaltecido por Leonor
"Tão linda que o mundo espanta." - encontra-se na volta, segunda redondilha verso 14 –o sujeito poético elogia a beleza da sua amada.
"Chove nela graça tanta, que dá graça à fermosura" - Aqui o sujeito poético diz que Leonor é tão bela que é como que se a sua beleza “chovesse” do céu derramada por deus, sob a forma de bênção. Fazendo com que o conceito de beleza fosse enaltecido por Leonor
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