Crónica do reinado de D. Pedro, escrita por Fernão Lopes, constitui a primeira das três grandes crónicas do primeiro cronista régio. Composta entre 1440 e 1450, foi impressa pela primeira vez em Lisboa, em 1735, por José Pereira Baião. A crónica inicia-se com o retrato do rei, descrevendo os seus gostos particulares, como a caça, e centrando-se no seu zelo, por vezes, excessivo, na execução da justiça. A narração detém-se com mais demora no relato da vingança e glorificação de Inês de Castro, lembrando o cronista que o rei, ao punir os algozes que jurara perdoar diante de seu pai, perdeu muito da boa fama de que gozava junto do povo. Já nesta crónica, o povo surge como personagem coletiva que, na transmissão de histórias que ilustram o comportamento do rei, julga a ação governativa do soberano. Ao mesmo tempo, uma outra linha de leitura prepara o triunfo posterior de D. João I, como, por exemplo, no sonho em que D. Pedro auspicia que o seu filho D. João realizaria grandes feitos. Os materiais que esta crónica aproveitou atestam a escassez de fontes de que o autor dispunha relativamente ao reinado de D. Pedro e, por consequência, a habilidade do historiador na organização de fragmentos documentais diversos, que vão desde as histórias semilendárias que se avolumaram em torno da conceção de justiça do soberano, até aos livros de chancelaria régia, atas, cartas, e até alguns períodos de Pero López de Ayala na Crónica del Rey Don Pedro.
Fonte: http://www.infopedia.pt/$cronica-de-el-rei-d.-pedro
Apesar do casamento, o Infante marcava encontros românticos com Inês nos jardins da Quinta das Lágrimas. Depois da morte de D. Constança em 1345, D. Pedro passou a viver maritalmente com Inês, o que acabou por afrontar o rei D. Afonso IV, seu pai, que condenava de forma veemente a ligação, e provocou forte reprovação da corte e do povo.
Durante anos, Pedro e Inês viveram nos Paços de Santa Clara, em Coimbra, com os seus três filhos. Mas o crescendo de censura à união por parte da corte pressionava constantemente D. Afonso IV, que acabou por mandar assassinar Inês de Castro em Janeiro de 1355. Louco de dor, Pedro liderou uma revolta contra o rei, nunca perdoando ao pai o assassinato da amada. Quando finalmente assumiu a coroa em 1357, D. Pedro mandou prender e matar os assassinos de Inês, arrancando-lhes o coração, o que lhe valeu o cognome de o Cruel.
Mais tarde, jurando que se havia casado secretamente com Inês de Castro, D. Pedro impôs o seu reconhecimento como rainha de Portugal. Em Abril de 1360, ordenou a trasladação o corpo de Inês de Coimbra para o Mosteiro Real de Alcobaça, onde mandou construir dois magníficos túmulos, para que pudesse descansar para sempre ao lado da sua eterna amada. Assim ficaria imortalizada em pedra a mais arrebatadora história de amor portuguesa.
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